2023 - Detrito Urbano - Detrito Urbano

2023 - Detrito Urbano - Detrito Urbano

 

 

 

O ano era 1986. A cidade, Caxias do Sul. Provinciana cidade do Rio Grande do Sul que, naquela época, contava com uma população estimada de 260.000 habitantes. O país vinha de um contexto recente de final da ditadura militar que se encerrava no ano anterior. A população ainda bradava por eleições diretas para Presidente e tentava se adaptar novamente à um regime democrático. Tentava ser mais politizada. Os problemas sociais vivenciados eram os mesmos de hoje: corrupção, poluição, desemprego, desigualdade e injustiça social, o racismo sempre velado, além de uma inflação que ultrapassava os 500% anuais, planos econômicos fracassados, que só traziam enfraquecimento financeiro... O mundo vivia, há décadas, sob a Guerra Fria promovida pelos EUA e a então URSS.

 

E o que sobrava para os adolescentes da época? Trabalhar nas indústrias (iniciava-se mais cedo naqueles tempos... 14, 15 anos), estudar a noite e, nos finais de semana, se encontrar para beber e ouvir música, basicamente.

 

No embalo do 1º Rock in Rio, de 1985, o rock era a mania nacional e brotavam muitas bandas de diversas tendências rockeiras. Uma fração mais politizada e descontente com o sistema se identificava com o movimento e as bandas punks de grandes cidades do Brasil e do mundo que vagarosamente chegavam ao conhecimento destes jovens caxienses.

E neste cenário surge, em meados de 1987, a banda Detrito Urbano, reconhecida pioneira do punk caxiense que, com canções próprias, abordava os problemas sociais acima descritos. Hoje entendemos que o Detrito Urbano foi mais do que música, mais do que punk, representou a luta de muita gente que se identificava e queria dizer aquilo que não conseguia exprimir na individualidade: a luta por eleições diretas, o fim da ditadura militar, o fora Sarney… Expressar para a elite caxiense, uma cidade que se sentia europeia, toda a exploração, todo o silêncio velado pelo medo no período da ditadura... Enfim, o “lado B” da cidade.

 

A banda, com toda a dificuldade e troca de elementos, sobreviveu até julho de 1990, e nesta obra sintetiza-se o seu trabalho entre atitudes e pensamentos. Aqueles meninos de 15, 20 anos, não tinham como dimensionar o quanto suas canções e seu estilo que movimentaram a segunda metade dos 80’s serviriam como inspiração, e que até hoje ainda reverbera no underground caxiense...

 

FICHA TÉCNICA

01 – Detrito Urbano (02:49)

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02 – Vampiros do Poder (03:10)

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03 – Alcoólatras (02:48)

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04 – Dia a Dia (04:53)

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05 – Homens do Amanhã (04:23)

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06 – Potência do Ano 2000 (03:40)

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07 – Vômito (02:26)

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08 – América Latrina (04:15)

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09 – INSS (02:29)

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10 – Hilário, o Punk (01:39) – bônus

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11 – Zé Sobreviveu à Guerra Nuclear (01:38) – bônus

ao vivo

 

Todas as faixas, exceto 10 e 11

Gilblack – baixo, guitarra, saxofone

Guilherme – bateria

Marcon – vocal

 

Faixa 10

UFO

 

Faixa 11

Adroaldo – baixo

Gilblack – guitarra

Marcon – vocal

Zé – bateria

 

Produção Musical: Gilblack

Mixagem e masterização: Gilblack

Captura de vozes: Embrio Estúdio – Cascavel/PR

Captura de bateria: Guilherme

Captura de demais instrumentos: Gilblack

Fotografia: Adriana Quadros

 

 

 

Ouvir no Deezer: 2023 - Detrito Urbano - Detrito Urbano

 

Ouvir no Spotify: 2023 - Detrito Urbano - Detrito Urbano

 

Ouvir no Palcomp3: http://palcomp3.com/detritourbano/

 

Detrito Urbano